UNIÃO DAS FREGUESIAS DE BARREIRO E LAVRADIO
A União das Freguesias de Barreiro e Lavradio foi oficialmente constituída em 2013 (Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro - Reorganização administrativa do território das freguesias), no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Barreiro e Lavradio. Tem a sua sede no Barreiro e um Pólo no Lavradio.
Pertence ao concelho do Barreiro com 7,74 km² de área e 21 877 habitantes (Censos 2011).
O Barreiro
A zona da Freguesia do Barreiro constitui o núcleo habitacional central do atual Concelho do Barreiro, e a sua fundação enquanto Freguesia remonta a 1487 aquando da criação da Paróquia de Santa Cruz, anterior mesmo à carta de Foral de D. Manuel I que em 1521 eleva o Barreiro a Vila e sede do Concelho.
Da tipologia do Barreiro antigo é patente ainda, a disposição arquitetónica medieval ligada à pombalina.
Intimamente ligada à temática dos Descobrimentos a então Vila do Barreiro assumiu um papel fundamental de ligação entre as duas margens do Tejo, no transporte em embarcações tradicionais (faluas, fragatas, varinos e muletas) de bens hortícolas, água potável e outros para Lisboa.
Foi um importante centro de moagem de cereal, com vestígios visíveis nos moinhos de maré e vento ainda existentes, de fabrico de cordoaria, construção naval e de atividade piscatória que ainda subsiste.
Poderá de certa forma dizer-se que a Revolução Industrial Portuguesa se iniciou na Vila do Barreiro, primeiro com a chegada do Caminho-de-ferro em 1857, estando ainda sedeada na sua área as Oficinas da EMEF, a Estação Central do Sul e antiga estação fluvial de ligação a Lisboa.
A chegada da ligação ferroviária potencia rapidamente o aparecimento de várias fábricas de transformação de cortiça, tendo a última em laboração funcionado até ao século XXI, na antiga fábrica Braamcamp.
Em 1865 com a criação da empresa CUF - Companhia União Fabril, que viria a posicionar-se no Barreiro com fabrico de sabões, rapidamente desenvolvendo para indústria pesada com fabrico de adubos, óleos, depuração de minério entre outras.
Esta conjugação de concentração de indústria promove um acelerado crescimento demográfico mudando a face do Barreiro, com uma rápida urbanização, a criação de bairro operários, primeiro de forma desordenada como é exemplo o Bairro das Palmeiras, depois com a criação de Bairro próprios edificados pelas próprias empresas
Do seu passado histórico, subsistem no seu edificado:
• Igreja de Santa Cruz
• Igreja da Nossa Senhora do Rosário
• Capela da Misericórdia (1560)
• Portal Manuelino da Ermida de São Francisco
• Conjunto de Moinhos de vento de Alburrica
• Moinho de Maré Pequeno
• Moinho de Maré da Brancamp
• Moinho de Vento na Avenida Bento Gonçalves
• Chafariz do Largo Rompana
• Pelourinho do Largo Bento Gonçalves
• Edifício das Oficinas Gerais de Caminho-de-ferro (atual EMEF)
• Mausoléu de Alfredo da Silva
• Estátua de Alfredo da Silva
• Coreto do Jardim dos Franceses
• Edifício dos Paços do Concelho
O Barreiro possui ainda uma riqueza histórica nomeadamente através do seu Movimento Associativo, dado aqui estarem sedeadas várias coletividades centenárias ou quase centenárias, bem como o Luso Futebol Clube e o Futebol Clube Barreirense, duas Cooperativas Centenárias e um conjunto de equipamentos "nobres".
De destacar o seu passado republicano que levou inclusive a que a proclamação da Republica fosse efetuada no Barreiro a 4 de Outubro de 1910, um dia antes da proclamação nacional.
Foi também este centro histórico do Barreiro palco de uma profunda resistência ao Estado Novo, inclusive com a implementação de pólos culturais como é exemplo o Cine Clube do Barreiro que serviram de baluarte a essa resistência.
Encontra-se sedeada na Freguesia o território da Baía Tejo, ex-Quimigal, onde se concentram ainda algumas unidades industriais como a Sovena e PME de vários ramos.
Regista-se nesta freguesia uma forte componente de comércio tradicional, bem como atividades de prestação de serviços, PME dos mais diferentes ramos, várias farmácias, dependência bancárias e ainda entre outros Centros Comerciais de menor dimensão, o Fórum Barreiro.
Existe ainda o Mercado Municipal 1º de Maio.
O lavradio
O Lavradio foi pertença da Ordem de Santiago e foi elevado a Vila e sede de Concelho em 1670, por Decreto de D. Pedro II, que a doou a D. Luís Mendonça Furtado, Vice-rei da Índia e 1º Conde do Lavradio.
A zona do Lavradio foi até meados do séc. XX conhecida pela extração de sal e pela sua atividade agrícola, produzindo-se na sua área fundamentalmente vinha da qual era fabricado um vinho licoroso "Bastardinho".
Com o crescimento industrial do séc. XX, as marinhas de sal, vinhas e fábricas de transformação de cortiça foram desaparecendo e nascendo na zona do Lavradio, não só uma zona habitacional com crescimento intensivo até à década de 80 do séc. XX como a instalação de Industria pesada, nomeadamente a Fábrica da UFA e da Fisipe, bem como as instalações da EDP.
Do passado rural restam ainda vestígios, tanto na toponímia como na tipologia arquitetónica do chamado "Lavradio Velho" com vestígios de casas senhoriais, sedes de grandes propriedades rurais, resquícios das velhas salinas, bem como, um núcleo de pescadores tradicionais do Tejo com as casas lacustres na zona da Barra a Barra.
É ainda neste território que se encontra edificada a primeira Escola Primária Pública, Adães Bermudes, agora desativada, a coletividade mais antiga do Concelho do Barreiro, SFAL (Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense), outrora sede da banda filarmónica onde lecionou a primeira maestrina portuguesa, Natércia Couto, o núcleo desportivo do atual Grupo Desportivo Fabril e toda uma memória coletiva ligada à prática desportiva, ao ensino da música e aos ideais republicanos.
Regista-se na Freguesia uma forte componente de comércio tradicional, bem como, atividades de prestação de serviços, PME dos mais diferentes ramos, várias farmácias, dependências bancárias e ainda superfícies comerciais de maiores dimensões, como a Pluricoop, Pingo Doce e Lidl.
Existe ainda o Mercado Municipal do Lavradio e a Piscina Municipal do Lavradio, construções recentes e uma zona de mercado de levante.
O Lavradio tem na sua área diversos equipamentos coletivos:
• A Igreja Paroquial de Santa Margarida com um salão paroquial descentralizado na Urbanização dos Fidalguinhos
• A Piscina Municipal do Lavradio
• Mercado Municipal do Lavradio
• Unidade de Saúde Familiar do Lavradio
• Sede do ACES Arco Ribeirinho
• Unidade de Saúde Pública Dr. Arnaldo Sampaio
• Pólo do Instituto Politécnico de Setúbal, na Urbanização dos Fidalguinhos
• Instalações da Junta de Freguesia
• Associação de Reformados Pensionistas e Idosos do Lavradio
• Escola Básica de 2º e 3º ciclo Álvaro Velho
• Três Escolas Básicas do 1º Ciclo com Jardim-de-infância (Fidalguinhos, nº 1 e nº2)
• Várias coletividades de desporto, cultura e recreio com sede própria
• Centro Desportivo do Grupo Desportivo Fabril do Barreiro que inclui Estádio, campos de jogos, Pavilhão coberto e pistas de atletismo.
• Estação da Refer do Lavradio